
Celular na mão, bike esquecida: estamos criando uma geração que não sabe pedalar?
11 de outubro de 2025Cada vez mais crianças passam horas em frente às telas e deixam de viver uma das experiências mais marcantes da infância: aprender a andar de bicicleta. Entenda o que está por trás desse fenômeno e como reverter essa tendência
Era uma vez um tempo em que o som das crianças ecoava pelas ruas, com risadas, joelhos ralados e bicicletas sendo o passaporte para a liberdade. Hoje, essa cena parece cada vez mais rara.
Enquanto muitas crianças passam o dia deslizando o dedo na tela de um celular, a velha e inseparável bicicleta — símbolo de equilíbrio, aventura e conquistas — acumula poeira na garagem. O que aconteceu com o simples ato de pedalar?
Uma geração que não sabe pedalar
Pode parecer impensável, mas o número de crianças que não sabem andar de bicicleta cresce a cada ano. Muitos pais admitem: o tempo é curto, o trânsito assusta e a rotina acelerada deixa pouco espaço para ensinar algo tão simbólico.
E o resultado é preocupante. “prender a andar de bicicleta é uma das primeiras lições de autoconfiança que uma criança pode ter. É quando ela percebe que pode cair, levantar e seguir em frente — sozinha.
Mas para uma geração acostumada com recompensas instantâneas das telas, o esforço e a paciência que o pedal exige parecem ter perdido o apelo.
As telas tomaram o lugar das rodas
As estatísticas não mentem: segundo levantamentos de institutos ligados à saúde infantil, as crianças brasileiras passam, em média, mais de seis horas por dia em frente a telas — e menos de uma hora em atividades ao ar livre.
Os parques e praças ficaram vazios, as bicicletas ganharam concorrência dos videogames, e a infância, que antes acontecia do lado de fora, se mudou para dentro dos quartos.
Claro, a tecnologia faz parte da vida moderna. Mas quando o tempo de tela substitui o brincar ativo, o desenvolvimento físico e social paga o preço. E, nesse cenário, a bike — que sempre foi sinônimo de liberdade — acaba ficando de lado.
As consequências de uma infância sem pedal
Deixar de pedalar não é apenas perder uma brincadeira: é perder uma parte importante do desenvolvimento.
O equilíbrio, a coordenação, o condicionamento físico e até a capacidade de concentração são beneficiados quando a criança aprende a andar de bicicleta.
Além disso, o pedal ensina lições valiosas: persistência, paciência e o prazer de conquistar algo com esforço próprio.
Uma infância sem bicicleta é, muitas vezes, uma infância mais sedentária, mais ansiosa e menos confiante.
“Ensinar uma criança a pedalar é muito mais do que equilibrar duas rodas — é equilibrar corpo, mente e liberdade.”
Como reverter essa tendência
A boa notícia é que nunca é tarde para colocar a bike de volta no centro da infância.
Veja algumas dicas simples que podem transformar o aprendizado em um momento inesquecível:
- Comece cedo. As bikes de equilíbrio são ótimas para crianças pequenas e ajudam a desenvolver noções de coordenação e confiança.
- Transforme o pedal em família. Faça passeios curtos e divertidos. O exemplo dos pais é o maior incentivo.
- Escolha lugares seguros. Parques, ciclovias e praças são ideais para as primeiras pedaladas.
- E, principalmente: sem pressa. Cada criança tem seu tempo — e o importante é que o aprendizado seja leve e prazeroso.
A bike como símbolo da infância — e da esperança
Poucas cenas são tão marcantes quanto uma criança pedalando sozinha pela primeira vez.
O olhar de surpresa, o sorriso de conquista, o grito de “consegui!” — tudo isso cabe em um momento que fica pra sempre na memória.
Talvez seja hora de lembrar que a verdadeira liberdade começa quando a gente aprende a se equilibrar.
E nada simboliza melhor esse equilíbrio do que uma bicicleta.
Neste Dia das Crianças, que tal deixar o celular um pouco de lado e redescobrir o prazer de pedalar em família?
Pode apostar: o sorriso do seu filho na primeira pedalada vai valer cada segundo longe da tela.
E você, o que acha?
Seu filho já aprendeu a andar de bicicleta?
Com que idade você aprendeu a pedalar?
Conte para a gente nos comentários e compartilhe esta matéria – vamos inspirar mais famílias a voltarem a pedalar juntas!